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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

                                                 PARABÉNS!



terça-feira, 1 de setembro de 2015


SEREIA


                                        FOLCLORE                

Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes, lendas, tradições e festas populares transmitidos por imitação e via oral de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios e canções.


História

O termo folclore (folklore) aparece pela primeira vez cunhado por Ambrose Merton - pseudônimo de William John Thoms - em uma carta endereçada à revista The Athenaeum, de Londres, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter o significado de saber tradicional de um povo. Esse termo passou a ser utilizado então para se referir às tradições, costumes e superstições das classes populares. Posteriormente, o termo passa a designar toda a cultura nascida principalmente nessas classes, dando ao folclore o status de história não escrita de um povo.
À medida que a ciência e a tecnologia se desenvolveram, todas essas tradições passaram a ser consideradas frutos da ignorância popular. Entretanto, o estudo do folclore é fundamental de modo a caracterizar a formação cultural de um povo e seu passado, além de detectar a cultura popular vigente, pois o fato folclórico é influenciado por sua época.
No século XIX, a pesquisa folclórica se espalha por toda a Europa, com a concientização de que a cultura popular poderia desaparecer devido ao modo de vida urbano. O folclore passa então a ser usado como principal elemento nas obras artísticas, despertando o sentimento nacionalista dos povos.


Características do fato folclórico

Para se determinar se um acontecimento é folclórico, ele deve apresentar as seguintes características:
Tradicionalidade: vem se transmitindo em gerações.
Oralidade: é transmitido pela palavra falada.
Anonimato: não tem autoria.
Funcionalidade: existe uma razão para o fato acontecer.
Aceitação coletiva: há uma identificação de todos com o fato.
Vulgaridade: acontece nas classes populares e não há apropriação pelas elites.
Espontaneidade: não pode ser oficial nem institucionalizado.
As características de tradicionalidade, oralidade e anonimato podem não ser encontrados em todos os fatos folclóricos como no caso da literatura de cordel, no Brasil, onde o autor é identificado e a transmissão não é feita oralmente.


Música

Caracteriza-se pela simplicidade, monotonia e lentidão. Sua origem pode estar ligada a uma música popular cujo autor foi esquecido ou pode ter sido criada espontaneamente pelo povo. Observa-se a música folclórica sobretudo em brincadeiras infantis, cantos religiosos, ritos, danças e festas.
São exemplos:
cantigas de roda;
ciranda cirandinha
acalantos;
modinhas;
cantigas de trabalho;
serenatas;
cantos de velório;
cantos de cemitério.


Danças e festas

As danças acompanham as músicas em vários rituais folclóricos, sendo as principais danças folclóricas brasileiras samba, baião, frevo, xaxado, maracatu, tirana, catira, quadrilha.
As principais festas são Carnaval, Festas juninas, Festa do Rosário e Congado.


Linguagem

As principais manifestações do folclore na linguagem popular são as seguintes:
Adivinhações: também chamados de adivinhas. Consistem em perguntas com conteúdo dúbio ou desafiador.
Exemplos de adivinhas
'O que é o que é?'
1. Está no meio do começo, está no começo do meio, estando em ambos assim, está na ponta do fim?
2. Branquinho, brancão, não tem porta, nem portão?
3. Uma árvore com doze galhos, cada galho com trinta frutas, cada fruta com doze sementes?
4. Uma casa tem quatro cantos, cada canto tem um gato, cada gato vê três gatos, quantos gatos têm na casa?
5. Altas varandas, formosas janelas, que abrem e fecham, sem ninguém tocar nelas?
Respostas:
1. A letra M
2. Ovo
3. Ano, mês, dia, hora
4. Quatro
5. Olhos
Parlenda

São palavras ordenadas de forma a ritmar, com ou sem rima.


Provérbios

Ditos que contém ensinamentos. Dinheiro compra pão, mas não compra gratidão. A fome é o melhor tempero. Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão. Pagar e morrer é a última coisa a fazer.

Quadrinhas

Estrofes de quatro versos sobre o amor, um desafio ou saudação.


Piadas

Fatos narrados humoristicamente. Piada ou Anedota é uma história curta de final geralmente surpreendente e engraçado com o objetivo de causar risos ou gargalhadas (ou sensação de) no leitor ou ouvinte. É um tipo específico de humor que, apesar de diversos estilos, possui características que a diferenciam de outras formas de comédia. Joãozinho é um nome genérico que se utiliza em piadas que envolvem um garotinho que faz perguntas ou comentários que provocam espanto em adultos. Esse é o nome utilizado no Brasil e em Portugal, mas esse contexto de piada também é utilizado em outros países. Há uma variação, que é Juquinha.
Os nomes mais populares são: Little Johnny (Estados Unidos), Jaimito (Espanha), Pepito (México), Vovochka (Rússia), Pepícek (República Tcheca), Pierino (Itália) e Toto (França).
Exemplo:
O Joãozinho vai com sua irmã visitar a avó:
— Vovó, como é que as crianças nascem?
— Bem, as cegonhas trazem as criancinhas no bico, meus netinhos.
Joãozinho cochicha para a sua irmã:
— E aí, o que é que você acha? Contamos a verdade para ela?



Literatura de Cordel
Livrinhos escritos em versos, no nordeste brasileiro, e pendurados num barbante (daí a origem de cordel), sobre assuntos que vão desde mitos sertanejos às situações social, política e econômica atuais.
Frases prontas: frases consagradas de poucas palavras com significado direto e claro.
Frases de para-choque de caminhão

Frases humorísticas ou religiosas que caminhoneiros pintam em seus para-choques.

Trava-Língua

É um pequeno texto, rimado ou não, de pronunciação difícil.


Usos e costumes

Neste campo inclui-se itens à respeito da alimentação, cultivo, vestuário, comportamento etc, de um povo de uma região.
Brinquedos e brincadeiras
Os brinquedos são artefatos para serem utilizados sozinho, como a boneca de pano, o papagaio (pipa), estilingue (bodoque), pião , arapuca , pandorga e etc.
As brincadeiras envolvem disputa de algum tipo, seja de grupos ou individual, como o pega-pega, bolinha-de-gude, esconde-esconde, etc.
Como por exemplo pipa: é um instrumento feio com papel seda, e hastes de madeira, contendo uma rabiola, fio com várias fitas, e outro fio, se empina a pipa para um lado onde houver vento, e a solta com a ajuda do vento e da rabiola ela sobe em direção ao céu. Mas cuidado: não use cerol.


Lendas, mitos e contos

Lenda é uma narração fantasiosa sobre um fato real. São exemplos de lendas brasileiras:
Negrinho do Pastoreio(Sul);
A lenda do Uirapuru (Norte);
A lenda da Nossa Senhora das Graças (Sudeste);
A lenda da vitória régia;
Mito é uma história em torno de algo irreal, como:
Boitatá
Caipora
Chupa-Cabras
Curupira
Mula-sem-cabeça
Ralã-barrão
Saci Pererê
Crenças e superstições



Sabença: sabedoria popular utilizada na cura de doenças e solução de problemas pessoais através de benzeduras.


Crendice: crença absurda, também chamada de ablusão.


Superstição: explicações de fatos naturais como consequências de acontecimentos sobrenaturais.


Arte e artesanato

Compreende uma ampla área, que se estende desde a culinária até o artesanato propriamente dito. Baseiam-se em técnicas rudimentares de produção e utilizam-se de matéria-prima natural como madeira, ossos, couro, tecido, pedras, sementes, entre outros.
     


Adivinhas são enigmas encontrados na voz anônima do povoe, particularmente, na boca das crianças.

O que é, o que é?
1 - Entra na boca da gente todos os dias e a gente não come?
2 - O que tem a idade do mundo e todo mês nasce?
3 - Qual é a carta que nunca leva recado?
4 - Qual é o olho que mais chora?
5 - Qual o pássaro que em gaiola não se prende, só se prende quando se solta, por mais alto que ele voe preso vai e preso volta?
6 - Tem mais de vinte cabeças, mas não sabe pensar?
7 - Voa pelo ar feito balão, aos vivos dá alimento, aos mortos consolação? 8 - Tem barba, mas não é homem; tem dente mas não é gente?
9 - Tem pés redondos e rastro comprido?
10 - Qual o bicho que anda com patas?
11 - Para ser direito tem que ser torto?
12 - Por mais que é cortado fica do mesmo tamanho?


Brincadeiras Infantis

Cantigas de roda, ciranda, boca de forno, amarelinha, esconde-esconde, piões, bolinhas de gude, pipas, arraias, papagaios, periquitos. São muitas as brincadeiras infantis em todo o Brasil. Sociáveis, com regras estabelecidas, prevalece sempre o aspecto lúdico. Normalmente meninos brincam com meninos, meninas brincam com meninas. Estas brincadeiras são ainda muito comuns nas fazendas, nos povoados e nas pequenas cidades.


Cantigas de roda e de ninar

...........Dentro do conjunto de conhecimentos, tradições, lendas, crenças e superstições de um povo, é importante destacar as cantigas de roda e de ninar. São verdadeiros repositórios de alegria e de sentimentos, fruto sempre da amizade. As cantigas de roda no alegre ambiente coletivo, as cantigas de ninar no sagrado convívio materno-infantil, sempre adoçadas pela maciez do berço, no conforto da rede ou no encantamento de um colo de mãe.


Escravos de Jó
Os escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe,
Deixa o zabelê ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá.


                                                       Eu entrei na roda     
Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na “rodadança”
Ai, eu não sei dançar


Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um

Tenho sete namorados só posso casar com um

Namorei um garotinho do colégio militar

O diabo do garoto, só queria me beijar

Todo mundo se admira da macaca fazer renda

Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda.




Fui ao Tororó
Fui no Tororó beber água não achei
Achei linda Morena
Que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada

Oh! Dona Maria,
Oh! Mariazinha, entra nesta roda
Ou ficarás sozinha!


Marcha soldado
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel

O quartel pegou fogo
A polícia deu sinal
Acorda acorda acorda
A bandeira nacional .


Marinheiro só
Oi, marinheiro, marinheiro,
Marinheiro só
Quem te ensinou a navegar?
Marinheiro só
Foi o balanço do navio,
Marinheiro só
Foi o balanço do mar
Marinheiro só.


Meu limão, meu limoeiro
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Uma vez, tindolelê,
Outra vez, tindolalá.


Peixe vivo
Como pode o peixe vivo
Viver fora d'água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora d'água fria?

Como poderei viver,
Como poderei viver,
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia?

Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Por me ver assim chorando
Sem a tua, sem a tua companhia.


Pai Francisco
(O Pai Francisco fica fora da
roda enquanto todos cantam:)

Pai Francisco entrou na roda
Tocando seu violão!
Da...ra...rão! Dão!
Vem de lá seu delegado
E Pai Francisco foi pra prisão.

(Pai Francisco se aproxima da
roda, requebrando, e escolhe
um companheiro para substituí-lo.)

Como ele vem
Todo requebrado
Parece um boneco
Desengonçado.
(A brincadeira recomeça.)


A barata diz que tem
A barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só

A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo!

A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim.


A canoa virou

A canoa virou
Por deixá-la virar,
Foi por causa da Maria
Que não soube remar

Siriri pra cá,
Siriri pra lá,
Maria é velha
E quer casar

Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava a Maria
Lá do fundo do mar.


Alecrim
Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Oi, meu amor,
Quem te disse assim,
Que a flor do campo
É o alecrim?

Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos

Alecrim do meu coração
Que nasceu no campo
Com esta canção.


Atirei o pau no gato
Atirei o pau no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau!!!!!!


A gatinha parda
A minha gatinha parda, que em Janeiro me fugiu
Onde está minha gatinha,
Você sabe, você sabe, você viu ?

Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau
Quem roubou sua gatinha
Foi a bruxa, foi a bruxa pica-pau.


A rosa amarela
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa

Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá
Para me enxugar, ô Iá-iá
Esta despedida, ô Iá-iá
Já me fez chorar, ô Iá-iá...


Se esta rua fosse minha
Se esta rua,
Se esta rua fosse minha,
Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar,

Com pedrinhas,
Com pedrinhas de diamantes,
Só pra ver, só pra ver
Meu bem passar

Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
É porque, é porque te quero bem


Balaio
Eu queria se balaio, balaio eu queria ser
Pra ficar dependurado, na cintura de “ocê”

Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão

Eu mandei fazer balaio, pra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno, não quero balaio não

Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração.


Boi barroso
Eu mandei fazer um laço do couro do jacaré
Pra laçar o boi barroso, num cavalo pangaré

Meu Boi Barroso, meu Boi Pitanga
O teu lugar, ai, é lá na cana
Adeus menina, eu vou me embora
Não sou daqui,ai, sou lá de fora

Meu bonito Boi Barroso,que eu já dava por perdido
Deixando rastro na areia logo foi reconhecido.


Boi da cara preta
Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta

Não , não , não
Não pega ele não
Ele é bonitinho, ele chora coitadinho.


Cachorrinho
Cachorrinho está latindo lá no fundo do quintal
Cala a boca, Cachorrinho, deixa o meu benzinho entrar

Ó Crioula lá! Ó Crioula lá, lá!
Ó Crioula lá! Não sou eu quem caio lá!

Atirei um cravo n’água de pesado foi ao fundo
Os peixinhos responderam, viva D Pedro Segundo.


Capelinha de melão
Capelinha de Melão é de São João
É de Cravo é de Rosa é de Manjericão
São João está dormindo
Não acorda não!
Acordai, acordai, acordai, João!


Ciranda, cirandinha
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou,
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.


A barraquinha
Vem, vem, vem sinhazinha
Vem, vem, vem Sinhazinha
Vem, vem para provar
Vem, vem, vem Sinhazinha
Na barraquinha comprar
Pé de moleque queimado
Cana, aipim, batatinha
Ó quanta coisa gostosa
Para você Sinhazinha.


Na Bahia tem
Na Bahia tem, tem tem tem
Coco de vintém, ô Ia-iá
Na Bahia tem!


Na beira da praia
Na beira da praia
Eu vou, eu quero ver
Na beira da praia,
Só me caso com você

Na beira da praia
Você diz que não, que não,
Você mesmo há de ser

Água tanto deu na pedra,
Que até fez amolecer,
Na beira da praia.


Na loja do mestre André
Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei um pianinho,
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!

Foi na loja do Mestre André

Que eu comprei um violão,
Dão,dão,dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!

Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei uma flautinha,
Flá, flá, flá, uma flautinha
Dão,dão,dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho

Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!

Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei um tamborzinho,
Dum, dum, dum, um tamborzinho
Flá, flá, flá, uma flautinha
Dão, dão, dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
Foi na loja do Mestre André!


O cravo brigou com a rosa
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa, despedaçada

O cravo ficou doente
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.


Meu boi morreu
O meu boi morreu
O que será de mim
Mande buscar outro, oh Morena
Lá no Piauí

O meu boi morreu
O que será da vaca
Pinga com limão, oh Morena
Cura urucubaca.


O meu galinho
Há três noites que eu não durmo, ola lá!
Pois perdi o meu galinho, ola lá!
Coitadinho, ola lá! Pobrezinho, ola lá!
Eu perdi lá no jardim

Ele é branco e amarelo, ola lá!
Tem a crista vermelhinha, ola lá!
Bate as asas, ola lá! Abre o bico, ola lá!
Ele faz qui-ri-qui-qui

Já rodei em Mato Grosso, ola lá!
Amazonas e Pará, ola lá!
Encontrei, ola lá!Meu galinho, ola lá!
No sertão do Ceará!


O pobre cego
Minha Mãe acorde, de tanto dormir
Venha ver o cego, Vida Minha, cantar e pedir
Se ele canta e pede, de-lhe pão e vinho
Mande o pobre cego, Vida Minha, seguir seu caminho
Não quero teu pão, nem também teu vinho
Quero só que a minha vida, Vida Minha, me ensine o caminho
Anda mais Aninha, mais um bocadinho,
Eu sou pobre cego, Vida Minha, não vejo o caminho.


Peixinho do mar
Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi, marinheiro
Foi os peixinhos do mar.


Pezinho
Ai bota aqui
Ai bota aqui o seu pezinho
Seu pezinho bem juntinho com o meu
E depois não vá dizer
Que você se arrependeu!


                                                                  Cai cai balão
Cai cai balão, cai cai balão
Na rua do sabão
Não Cai não, não cai não, não cai não
Cai aqui na minha mão!

Cai cai balão, cai cai balão
Aqui na minha mão
Não vou lá, não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar                                                                                                                                                


Pirulito que bate bate
Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu

Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
A menina que eu gostava
Não gostava como eu.


Que é de Valentim
Que é de Valentim ? Valentim Trás Trás
Que é de Valentim ? É um bom rapaz
Que é de Valentim ? Valentim sou eu!
Deixa a moreninha, que esse par é meu!


Roda pião
O Pião entrou na roda, ó pião!
Roda pião, bambeia pião!
Sapateia no terreiro, ó pião!
Mostra a tua figura, ó pião!
Faça uma cortesia, ó pião!
Atira a tua fieira, ó pião!
Entrega o chapéu ao outro, ó pião!


Samba Lelê
Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas dezoito lambadas

Samba, samba, Samba ô Lelê
Pisa na barra da saia ô Lalá
Ó Morena bonita,
Como é que se namora ?

Põe o lencinho no bolso
Deixa a pontinha de fora.


São João da Rão
São João Da Ra Rão
Tem uma gaita-ra-rai-ta
Que quando toca-ra-roca
Bate nela

Todos os anja-ra-ran-jos
Tocam gaita-ra-rai-ta
Tocam gaita-ra-rai-ta
Aqui na terra

Maria tu vais ao baile, tu “leva” o xale
Que vai chover
E depois de madrugada, toda molhada
Tu vais morrer

Maria tu vais “casares”, eu vou te “dares”
Eu vou te “dares” os parabéns
Vou te “dartes” uma prenda
Saia de renda e dois vinténs.


Sapo Jururu
Sapo Jururu na beira do rio
Quando o sapo grita, ó Maninha, diz que está com frio
A mulher do sapo, é quem está la dentro
Fazendo rendinha, ó Maninha, pro seu casamento.


Teresinha de Jesus
Teresinha de Jesus deu uma queda
Foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Teresa deu a mão

Teresinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração

Dá laranja quero um gomo
Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço.


Tutu Marambá
Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar

Durma neném, que a Cuca logo vem
Papai está na roça e Mamãezinha em Belém

Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar.


Vai abóbora
Vai abóbora vai melão de melão vai melancia
Vai jambo sinhá, vai jambo sinhá, vai doce, vai cocadinha
Quem quiser aprender a dançar, vai na casa do Juquinha
Ele pula, ele dança, ele faz requebradinha .


Vamos maninha
Vamos Maninha vamos,
Lá na praia passear
Vamos ver a barca nova que do céu caiu do mar

Nossa Senhora esta dentro,
Os anjinhos a remar
Rema rema remador, que este barco é do Senhor

O barquinho já vai longe
E os anjinhos a remar
Rema rema remador, que este barco é do Senhor (bis).



Você gosta de mim?
Você gosta de mim, ó menina?
Eu também de você, ó menina
Vou pedir a seu pai, ó menina,
Para casar com você, ó menina

Se ele disser que sim, ó menina,
Tratarei dos papéis, ó menina,
Se ele disser que não, ó menina,
Morrerei de paixão.


Culinária

Os primeiros indígenas que provaram a comida de branco não gostaram. Dois deles, levados à nau capitânia e recebidos pelo próprio Pedro Álvares Cabral com muito prazer e festa, provaram o pão, peixe cozido, confeito, farteis (“massa de doce mais ou menos delicada, envolta numa capa de massa”, segundo a definição do Dicionário de Morais), mel, figos secos. Não comeram quase nada – é o depoimento da nossa primeira testemunha ocular da história, o Caminha. E, se provavam alguma coisa, logo cuspiam. Do vinho, mal provaram e não gostaram. Até a água serviu apenas para um bochecho. Gostaram do arroz e do lacão cozido, frio (fiambre), assim como aprovaram as facas de bom gume e fina ponta que os portugueses usavam como objeto pessoal e inseparável.
A gente da terra usava como colher, as conchas de mariscos.
Não gostaram – de início, pelo menos – foi do açúcar e dos estranhos temperos que fizeram os portugueses navegar, procurando o caminho marítimo para as Índias: cravo e canela, principalmente. Mas gostaram muito da aguardente de uva, assim como os brancos aprovaram a de milho, com a qual os homens da terra se embebedavam, no que eram acompanhados pelos portugueses. A primeira agricultura européia no Brasil foi baseada no conhecimento prático dos índios, seguindo-lhe os métodos e apenas introduzindo novas plantas e os animais domésticos. Mas a gente da terra não servia para a cozinha do branco, que foi obrigado a valer-se da escrava africana, negra.
“Mostraram-lhes (aos nativos) uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como assustados.”
Pero Vaz de Caminha -Carta a El-Rei D. Manuel, Dando notícia da descoberta do Brasil
Dos indígenas recebemos, principalmente do índio tupi, dois elementos nativos que passariam a integrar a dieta do brasileiro: a mandioca e o palmito.


Farinha de mandioca
A farinha-de-pau, de manic ou manibot - hoje dita mandioca -, era feita ralando-se a raiz que cresce dentro da terra em três ou quatro meses, tornando-se tão grossa quanto a coxa de um homem e longa mais ou menos de 1 pé e meio. Depois de arrancá-la, secavam-na ao fogo ou ralavam-na, ainda fresca, numa prancha de madeira cravejada de pedrinhas pontudas, reduzindo-a a uma farinha alva, empapada, que ia para um recipiente comprido, de palha trançada - tipiti -, para escorrer e secar. O que escorre é um veneno mortal, por culpa do ácido cianídrico, que o sol faz desaparecer em dois ou três dias, deixando a manipueira livre de perigo. O resultado é o tucupi, ingrediente essencial de um dos mais típicos pratos da cozinha brasileira, o pato ao tucupi - embora aqui não houvesse patos,, na época da colonização.


Tipiti
Alimento pobre, saboroso e facilmente digerível - principalmente quando fresco -, essa farinha não serve para fazer pão, mas é perfeita para a farofa, beijus, pirões, sopas e mingaus. A gente da terra fazia com ela um mingau grosso, ou comia-a pura mesmo, pegando-a com quatro dedos na vasilha e atirando-a de longe a boca, com tal engenho e arte que não perdia um só farelo. E os brancos, tentando imitar - confessa Jean de Lery, francês, e que veio para o Brasil com o Monsenhor de Villa Ganhão (como rezam os documentos) -, sujavam o rosto, as ventas e bochechas e barbas.
As mulheres daqui faziam também grandes bolas com a massa de aypi ( a mandioca mansa, sem veneno), que espremiam entre as mãos. O caldo cor de leite era colhido em vasilhas de barro e exposto ao sol. O calor condensava e coagulava a beberragem, como coalhada. Cozinhando no fogo, é um bom alimento. O aipim não serve para a farinha, mas assado na brasa torna-se brilhante como a castanha assada ao borralho, e o gosto é parecido. Servido com mel silvestre (o mesmo que se fazia com a batata-doce e o cará), resultava em um prato que portuguêses e franceses reconheceram como delicioso. O estadunidense John Casper Branner queria exportar a farofa para o mundo.


Beiju ou Biju
Bolo feito de massa de tapioca ou de mandioca muito fina, enrolada em forma cilíndrica. Característico da alimentação indígena, o beiju foi recriado pelos portugueses, que acrescentaram açúcar e condimentos diversos à massa, e pelos negros, que o enriqueceram molhando no leite de coco.



Pirão
Prato de origem indígena, muito popular em todo o Brasil, constituído de papa grossa de farinha de mandioca misturada em água ou em caldo. É muito utilizado no acompanhamento de peixes.


Pipoca
Do tupi pi'poka, estalando a pele. O milho, que entre outras coisas permite a pipoca, de quem Debret, o pintor que veio fundar nossa primeira Escola de Belas Artes, disse que era a maior contribuição do brasileiro à cozinha mundial. (Sua receita, copiada dos selvagens: jogar o milho verde com sal no borralho e depois soprar as cinzas).


Tapioca
Doce de origem indígena feito com a fécula da mandioca, espécie de beiju recheado com coco ralado.
Tanto o recheio quanto o adoçante foram introduzidos pelos portugueses.


Cauim
Para beber, as mulheres cuidavam de mascar a mandioca, esmagando-a com os molares e enrolando-a com a língua no céu da boca. É como mascar tabaco, mastigando bem e com bastante saliva, cuspindo tudo num pote, até que esteja cheio. E eram só as virgens que tinham a honra, porque as outras estragariam tudo. A mesma coisa faziam com acaiá, pacoba, milho, ananás, bata-doce, jenipapo, caju e outras qualidades. O resultado, dito cauim, é uma bebida nutritiva e inebriante, de gosto ácido e muito semelhante ao soro de leite, que os portugueses não podiam suportar pela lembrança do cuspe. Preferiam beber o vinho, esquecidos das uvas pisadas com os pés.
Entre outras coisas, a gente da terra nos ensinou a beber guaraná e mate, deixando-nos ainda toda a herança dos mingaus e pirões. Sem conhecer o trigo, sem grande variedade de verduras e legumes, mesmo assim a gente era bem alimentada, principalmente porque o milho (avati) e as frutas completavam muito bem a mesa farta de carnes e de frutos do mar. E mesmo de verdes comiam alguma coisa, como o broto da própria mandioca (com o que se faz a maniçoba, um dos bons pratos da cozinha baiana).
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Jogos

Por ter características de anonimato e transmissão oral, os jogos infantis são considerados elementos folclóricos. Na verdade, são manifestações da cultura popular, muito apropriados para desenvolver a convivência social e a cultura infantil. Tradicionalmente universais, mesmo sendo espontâneos, sofrem poucas mudanças no tempo e no espaço. No Brasil, os jogos infantis receberam influências das três origens da nossa raça: a portuguesa, a africana e a indígena. O resultado é que dezenas de jogos e brincadeiras tradicionais nos campos da dança, da literatura e do cordel, acabaram tornando-se parte importante do nosso folclore. Melhor para a nossa Cultura!


Provérbios

Provérbio, ditado, dito, adágio, máxima, anexim, aforismo, axioma, rifão, prolóquio, parêmia - ou mesmo sentença - é uma frase em poucas palavras, que encerra um princípio moral, um ensinamento ou um indicativo para reflexão. É uma espécie de tônico despertador de fantasias, misto de espírito, ideias, imaginação. Dogma ou opinião, o provérbio é um princípio, uma sentença moral para diversos usos e registro de costumes.

 Curiosidades

- O anexim é pequena comédia em que se desenvolve um rifão ou sentença moral.
- A paremiologia é coleção de provérbios; tratado acerca de provérbios.
- A perêmia é uma curta alegoria, e, naturalmente, um provérbio.
- O rifão é uma dissimilação de refrão. Provérbio, adágio, anexim.


Alguns provérbios

• A cavalo dado não se olham os dentes.
• Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
• Antes que o mal cresça e apareça, corta-se a cabeça.
• A ocasião faz o ladrão.
• Aquilo são lágrimas de rato em enterro de gato.
• A união faz a força.
• A voz do povo é a voz de Deus.
• Cão que ladra não morde.
• Casa de ferreiro, espeto de pau.
• Comer e coçar é só começar.
• De grão em grão a galinha enche o papo.
• De pequenino é que se torce o pepino.
• Em boca fechada não entra mosquito.
• Em briga de marido e mulher não se mete a colher.
• Falar é fácil, fazer é difícil.
• Favor recebido, favor esquecido
• Filho de peixe, peixinho é.
• Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro.
• Muita trovoada, é sinal de pouca chuva.
• Muito riso, sinal de pouco siso.
• Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje
• Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe.
• Ninguém nasce sabendo.
• Para o bom entendedor, meia palavra basta.
• Pobre, quando mete a mão no bolso, tira só os cinco dedos
• Porta da rua, serventia da casa.
• Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
• Quem dá aos pobres, empresta a Deus.
• Quem muito quer saber, mexerico quer fazer
• Quem semeia vento, colhe tempestade.
• Quem vê cara não vê coração.
• Se conselho fosse bom não era de graça.• A água silenciosa é a mais perigosa.
• Boi sonso, chifrada certa.
• Casarás e amansarás.
• Devagar se vai ao longe.
• Em casa de papudos, não se fala em papo.
• Falar no mau, preparar o pau.
• Galinha cega, de vez em quando, acha um grão.
• Hoje em dia, quem menos corre, voa.
• Impossível é Deus pecar.
• Jacaré é o pai dos pobres.
• Ladrão endinheirado não morre enforcado.
• Macaco velho não mete a mão em cumbuca.
• Não há melhor espelho que amigo velho.
• Onde entra o beber, sai o saber.
• Pai rico, filho nobre, neto pobre.
• Quando o povo diz, ou é ou está pra ser.
• Roma não se fez num dia.
• Só o que bota pobre pra diante é topada.
• Trabalho é meio de vida e não de morte.
• Um abismo chama outro.
• Vão-se os amores, ficam as dores.

Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil

Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".


Boto
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.


Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.


Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.


Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
                                                                                                                                                                          
Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.


Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.


Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.


Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.


Saci-Pererê
O saci pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

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